Mexo

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:::em tudo (foto: Rafael Bertelli)

sexta-feira, agosto 26, 2005

Ventania

Criticam minha espontaneidade.
Eu sei quem são e sei porquê.
São pessoas que passam a vida calculando, milimetricamente, cada passo a ser dado, cada dicisão a ser tomada. Têm pretensão de se proteger de toda e qualquer coisa que possa vir a desagradá-las. ufa! Minha espontaneidade é uma ameça às pessoas que acreditam ter tudo sob controle. Pessoas se preocupam o tempo todo em resistir a tudo que seja original, autêntico... evitam o que possa ser surpreendente. Detestam surpresas! Gostam de premeditar tudo e se tornam entediantemente previsíveis.
A previsibilidade é muito chata! E a auto-proteção, uma perda de tempo.
Não adianta relutar, em algum momento vc será atingido. Há gente espontânea por toda parte e você merece encontrar pelo menos uma em sua vida! Aliás, você tem um enorme talento pra tornar-se uma! Julgar-se pronto é para quem tem medo de viver. Porque você já deve saber que viver é assumir riscos. Já deve ter ouvido isso em algum lugar, é muito clichê mas é isso aí.
O que eu sei sobre a vida? Ah... a vida nada mais é do que uma enorme floresta de árvores com copas gigantes repletas de frutas de aprendizado, conhecimento, sabedoria. Há as amargas, as doces… deve experimentar todas! Nunca conseguirá dizer qual é o sua predileta, mas pode ser que aprenda a evitar as que não lhe agradaram. Não desista daquelas que estão no alto. Suba nos galhos, dê seu jeito! Existem dificuldades na floresta, mas nada que não consiga superar. E, se por acaso, uma ventania te pegar de surpresa, aproveite o embalo e siga experimentando. Atenção para não pisar nas frutas que a ventania deixa cair no seu caminho, são as mais maduras, acredite. E jamais questione sua a direção ou resita, afinal, ventos nunca sopram pra trás.

Nina Monteiro
26/08/2005

sábado, março 26, 2005

Allllooou! Tem alguém aí??

Engraçado escrever pra ninguém ler, né?! Engraçado, não, triste. Mas eu não tenho me importado muito com isso até pq eu escrevo pouco aqui. Isso é um bom sinal, na verdade, pq quer dizer que talvez não haja tantas pessoas afim de ler, mas tem uma galera que anda, pelo menos, ouvindo... eu tenho conversado bastante, comigo mesma algumas vezes, confesso... mas tenho falado bastante com amigos... tenho escrito algumas coisas... tem algumas coisas novas que nem coloquei aquii... nem sei se coloco. Talvez eu coloque pra Elizabeth. Só ela lê meu blog mesmo...
Saudade de vc, Elizabeth... você ia gostar da nossa nova casa. Fico preocupada com você às vezes... será que a Ingrid te colocou no sótão com os outros? Acho que ela não o faria, mas sei lá, né, ela precisou pintar o quarto, fez obra lá... bom, onde quer que esteja, sei que pensa em mim e sente a minha falta, mas não deve ficar triste. Você é a felicidade, Eli. Borboletas são sempre alegres... e se estiver no sótão mesmo, no escuro e úmido sótão da Ingrid, não se preocupe, você ainda pode virar mariposa! Há sempre uma saída Eli, tudo é questão de se adaptar. Confiança e versatilidade. Fica com Deus. Não tema o escuro... você é mariposa agora.

Poucas coisas que detesto em você

Eu detesto esse seu jeito caloroso de cumprimentar as pessoas, inclusive eu.
Detesto também seu sorriso largo, sua simpatia declarada…
Detesto a falsa impressão que me passa de que poderíamos ser bons amigos, quando conversamos amenidades.
Detesto quando conversamos amenidades porque isso te faz parecer irritantemente atencioso… e detesto ainda muito mais quando olha dentro dos meus olhos como se pudesse escutar o que estou pensando, me faz sentir vulnerável demais… detesto que me olhe assim porque é capaz que note que eu não consigo me focar nos seus olhos já que me perco no seu sorriso, no timbre da sua voz, no seu cabelo despenteado, nesse seu jeito todo… e quando, enfim, te encaro, deve perceber também que fico um pouco gaga, a voz falha algumas vezes, faço longas pausas entre uma palavra e outra e quando falo, falo sorrindo…
No final das contas, detesto me despedir porque nunca sei o que dizer, pra onde olhar - nem quero ir embora agora - por um instante nem sei pra onde seguir, fica tudo preto - só falta eu esbarrar em alguém - e isso tudo junto, muito rápido, me confundindo, me deixando vermelha, enquanto você diz, inabalável, com o tal sorriso largo e os olhos sobre os meus: "tchau".