Mexo

Mexo
:::em tudo (foto: Rafael Bertelli)

terça-feira, novembro 08, 2011

Privada de amar um amor de merda

Vai, vai daqui
Eu não te quero mais aqui
É por isso que te empurro
Não há nada aqui pra você
Eu não tenho nada pra você
O que tenho por você não basta
Não sei você, mas eu sei
Que pra você não basta
Vai embora
Estou te empurrando
Eu sei que dói
No peito e nos ombros
Que aperto com violência
Enquanto te empurro pra porta
Porque se não levas nada daqui
Leva pelo menos
Os hematomas nos ombros
Até que um dia alguém os toque
E os fazendo doer
Te faça lembrar
Que um dia os machuquei
Porque não quis me acompanhar
Até a porta aberta
O corredor escuro
O elevador chegando
Eu te empurro
Eu te empurro
Pro cubículo aceso
A porta pesada
Que parta pra sempre
O elevador descendo
Com teus olhos dentro
Com tua boca dentro
Tua cara toda dentro
Do elevador descendo
A cara toda molhada
De pedir, de implorar
Que não quer nada

Eu sou um surdo emocional,
Tua cega burra!

terça-feira, novembro 01, 2011

A Wendy cresceu

Vem comigo pra minha terra do nunca!
Onde não há água e nem sede,
Não há terra, nem aterrissagens
Não há rios, não há margens
Onde nada se doa e nada se pede

Vem pra minha terra do nunca!
Onde jamais se soube de um sorriso 
Não se ouviu cair uma lágrima
Nem suspender um suspiro
Ou soprar uma bufada

Vem pra essa terra do nunca!
Onde a visão é o cerco
O desejo, a mentira, o amor, a cura
Aqui não erro, não acerto
Nada se desprende ou se acumula

Vem pra terra do nunca!
Minha, sua e de ninguém
Porque aqui não há posse ou conquista
Não tem pra trás, não tem além
Aqui não há olho no olho e nunca se pisca