Eu saí de lá triste, acabado, completamente destruído; condenado a sofrer pra sempre. E caminhava com pressa, assim com os pés batendo com força no chão, porque eu queria era fazer birra, chutar alguma coisa! Tinha tanta raiva, tanta dor, que eu podia ir a pé pra casa!
Eu chorava compulsivamente, chorava de saudade. Saudade porque sentia o seu cheiro, via o seu sorriso, ainda queria seus braços, ainda desejava seus beijos... até quando?
Eu chorava sem parar, não queria parar... não podia parar porque ainda queria que ele dissesse "eu te amo", mesmo que não fosse verdade; ainda precisava dormir ao seu lado.
Eu estava podre, cansado, me sentindo a menor pessoa do mundo; ainda assim continuava a andar...
"Tomara que eu não encontre ninguém pelo caminho." Pensei. A última coisa que queria era explicar o que aconteceu; no entanto eu queria que sentissem pena de mim. Precisava. Por isso eu chorava. Porque eu tinha pena de mim mesmo. Eu tava morrendo de pena de mim, eu queria me matar! Tava doendo muito...
Eu ainda ouvia a voz dele... até quando? E chorava mais.
Eu pensava em voltar lá e me humilhar pedindo mais uma chance, implorar pra me aceitar de volta... Eu esqueceria que ele não me ama mais, ele esqueceria que eu o amo tanto. Continuaríamos juntos como antes... eu chorava desesperadamente... Quando, de repente, abriu a porta e chamou o meu nome, pediu pra eu voltar. Gritou o meu nome dizendo pra eu voltar lá!
Há poucos metros na sua frente, indefeso, meu coração ficou então mais apertado, meus pulmões se espremeram um contra o outro como se eu fosse parar de respirar se desse mais um passo a diante. Minhas pernas quase se confundiram, meus quadris quiseram dar meia volta, confesso que por um milésimo de segunto eu parei. E aí minha cabeça passou a pensar.
Então eu apenas segui em frente. ainda chorando feito um louco e com aquela raiva me corroendo, aquela auto-piedade me sufocando...
... eu ainda ouvia a voz dele; mas dessa vez foi só até dobrar a esquina.
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